Desse modo, diferentes mestres passaram a desenvolver técnicas de autodefesa sem uso de armas, promulgando a criação dos estilos da arte denominada kara (vazio, livre) te (mãos) – mãos vazias.
Em 1902, Funakoshi realizou uma demonstração dessa arte marcial para o inspetor da prefeitura de Okinawa à época. O entusiasmo do inspetor com a prática foi traduzido em uma carta que escreveu ao Ministério da Educação do Japão, elogiando as virtudes dessa manifestação corporal, o que culminou na autorização oficial do ensino do karatê nas escolas do Japão.
Além disso, outro fator que contribuiu para a popularização e difusão da prática foi a demonstração do karatê na Exibição Atlética Nacional de Tóquio, em 1921. Ainda, somam-se a esse movimento a abertura de clubes universitários, a associação dessa prática com o militarismo crescente no país e os filmes de artes marciais dos anos de 1960 e 1970, que difundiram o karatê em cenário global.
Com o reconhecimento do karatê como esporte, ele pôde ser indicado para inclusão nos Jogos Olímpicos. No entanto, apesar da indicação em 2009, sua participação está confirmada apenas para a edição Tóquio 2020, que acontecerá no período de julho a agosto de 2021. Nessa edição das Olimpíadas, serão disputadas as modalidades Kata, em que os atletas simulam um combate sem contato físico, e Kumite, que é a luta tradicional.
No Karatê, o corpo é o único instrumento utilizado, além dos equipamentos de proteção, que serão abordados na sequência. Devido à instrumentalização do corpo, o Kata se constitui como base do karatê. Nele, o atemi waza é exercitado por meio de sequências de movimentos, para aumentar a agilidade e eficiência dos golpes e defesas. Assim, são realizados golpes contra um oponente imaginário para exercitar as técnicas do karatê.
As técnicas do Karatê, por sua vez, são compostas por movimentações de dachi waza (bases), uke waza (defesa), katame waza (imobilizações), ate e atemi waza (contusões), com os subconjuntos tsuki waza e uchi waza (socos diretos e indiretos) e nage waza (projeções) – dividida em kari waza (rasteiras), kuruma waza (giros) e sutemi waza (sacrifícios). Essas técnicas são combinadas de diversas maneiras para formar movimentações que dão dinâmica às simulações de disputas.
O principal objetivo do karatê é o aprimoramento técnico e a superação do adversário. As disputas são organizadas por categorias, definidas pela idade e pelo peso dos atletas. As categorias são: Juvenil (12-13 anos), Cadete (14-15 anos), Juniores (16-17 anos) e Seniores (maiores de 18 anos).
Vence a luta o carateca que atingir oito pontos de diferença em relação ao adversário. Além desse critério, outra forma de definir o vencedor é por tempo de luta: cada categoria tem um tempo (2 a 3 minutos) e, ao final dele, quem tiver mais pontos vence.
Os árbitros que atuam na luta compõem o “painel de arbitragem”, constituído por um árbitro central (responsável por conduzir a luta e atribuir pontos) e por quatro árbitros bandeiras (que sinalizam pontos, inflações e penalidades). Uma pontuação só pode ser atribuída pelo árbitro central se ao menos dois árbitros bandeiras a sinalizarem. Assim, o árbitro central deve verificar com os bandeiras a ocorrência de infrações e sinalizar a penalidade.
Equipamentos
No karatê, são utilizados como equipamentos de segurança: protetor bucal, de mão, de pé e canela, o colete feminino, o protetor de seio (obrigatório) e o escrotal (opcional). As características oficiais desses equipamentos são estabelecidas pela WKF. Além disso, utiliza-se o kimono (karate gi, que significa roupa do karatê). O kimono é o tipo de uniforme das artes marciais, acompanhado da faixa correspondente ao grau do atleta.
Faixas do Karatê
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