Com legados marcados no esporte mundial, atletas brasileiras quebraram
barreiras e mudaram a história.
O
Dia Internacional da Mulher é para recordar as lutas travadas na busca por
igualdade. No esporte brasileiro, mulheres escrevem suas histórias e
deixam seu legado.
O esporte,
que tem o poder de incluir e mudar vidas, nem sempre foi espaço aberto para
todos, mas foi por conta de mulheres como as citadas abaixo que muitas
barreiras foram quebradas e a busca por maior representatividade feminina segue
ativa até hoje.
Em celebração
a esta data, o SportBuzz separou
uma lista de algumas atletas que mudaram a história do esporte no Brasil. Hoje,
seguem inspirando e sendo referência para mulheres e meninas que sonham em
escrever seus nomes no mundo.
AÍDA DOS SANTOS
Ícone do
atletismo nacional, Aída dos Santos foi
a única mulher a integrar a delegação brasileira que participou dos Jogos
Olímpicos de Tóquio, em 1964, e competiu sem sequer ter um técnico a
acompanhando. Na disputa, ela ficou na quarta posição do salto em altura.
A quarta
posição foi o melhor resultado de uma atleta brasileira em Olimpíadas, dentre
todas as modalidades, até as primeiras medalhas conquistadas pelas mulheres
brasileiras, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.
Aída competiu sem uniforme (precisou adaptar um traje de outra
competição), sem sapatilhas e sem técnico, mas bateu o recorde nacional na
decisão, com um dos pés lesionados.
Nascida no
Rio de Janeiro, em 1937, Aída dos Santos foi campeã estadual, brasileira,
sul-americana e pan-americana de salto em altura. Depois de se aposentar, se
dedicou a um projeto de inclusão social através do esporte.
MARIA ESTHER BUENO
A principal
tenista da história do Brasil conquistou inúmeros títulos internacionais. Em
1959, Maria Esther Bueno desafiou a lógica
e foi campeã na grama sagrada de Wimbledon, aos 19
anos, e se tornou a melhor tenista do mundo.
Imparável, a
brasileira conquistou 89 títulos no total, sendo 19 somente de Grand Slams (os
torneios mais importantes do esporte.
Maria Esther
Bueno marcou seu nome no esporte. Em 1964, chegou ao Guinness Book, o livro dos
recordes, ao vencer a norte-americana Carole Caldwell Graebner,
em partida que durou apenas 19 minutos. No ano seguinte, entrou para o Hall da
Fama do Tênis.
Nascida em
1939, em São Paulo, a ex-tenista morreu em 2018, aos 78 anos, vítima de um
câncer.
DAIANE DOS SANTOS
Uma das
maiores esportistas da história do país, Daiane dos Santos encantou
o mundo ao som de “Brasileirinho” nos solos da ginástica artística. Ela foi a
primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha
de ouro no Mundial de Anahein, na Califórnia, em 2003.
Nascida em
Porto Alegre, em 1983, Daiane ainda conquistou duas medalhas de prata e três de
bronze em suas apresentações em solo, salto em equipe em Jogos Pan-Americanos.
Outro ícone
do esporte nacional, Daiane dos Santos ficou conhecida por ter um movimento da
ginástica em seu nome: o Dos Santos, duplo twist carpado.
HORTÊNCIA
Considerada
uma das maiores atletas femininas do basquete, Hortência Marcari foi
a primeira brasileira a entrar para o Hall da Fama do Basquete Feminino, em
2002, e no Hall da Fama do Basquete Internacional, em 2005, ao lado de nomes
como Michael
Jordan, Larry Bird e Magic
Johnson.
A ex-jogadora
disputou cinco campeonatos mundiais pelo Brasil e integrou a histórica seleção
que conquistou a medalha de ouro no Mundial de 1994, na Austrália. Além disso,
ainda ficou com a prata dos Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta. Nos Jogos
Pan-Americanos foi medalhista de ouro (Havana 1991), prata (Indianápolis 1987)
e bronze (Caracas 1983).
Hortência
nasceu em 1959, em Potirendaba, interior de São Paulo. Ela se tornou a maior
pontuadora da história da Seleção Brasileira, com 3.160 pontos marcados em 127
partidas oficiais, uma média de 24.9 pontos por partida.
MARTA
Representante
do futebol na lista, Marta é a maior
vencedora do prêmio de melhor do mundo. A Rainha foi eleita seis vezes na maior
honraria individual do esporte: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018. Até a
conquista de Lionel Messi, em
2019, a brasileira era a maior campeã entre homens e mulheres.
Marta nasceu
em Dois Riachos, Alagoas. Hoje no Orlando Pride, dos Estados Unidos, a camisa
10 da Seleção Brasileira é a maior artilheira da história de Copas do Mundo. Em
2019, a Rainha tem 17 gols no Mundial e é a maior goleadora entre homens e
mulheres.
MAURREN MAGGI
Maurren Maggi foi a primeira brasileira a se tornar a medalhista
de ouro nas Olimpíadas (Pequim, em 2008) em provas individuais. A conquista se
deve ao fato de Maurren ter saltado impressionantes 7.04m, ultrapassando 1 cm a
mais a marca da russa, até então campeã, Tatyana Lebedeva.
Maurren Maggi ainda conquistou quatro medalhas
nas competições Pan-Americanas, sendo uma prata, nos 100 metros com barreiras
(Winning, em 1999) e três ouros nos saltos em distância, consecutivamente em
Winning, 1999, Rio de Janeiro, 2007 e Guadalajara, em 2011. Ao ganhar a medalha
de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Maurren se tornou um dos
principais nomes da história do atletismo feminino do Brasil.
Sua carreira é repleta de conquistas notáveis,
como o recorde da prova sul-americana dos 100 metros com barreiras, realizada
em 2001. Além do recorde em salto triplo, também na competição sul-americana,
em 2003. Maurren também foi a número 1 do ranking mundial em salto em distância
feminino por duas vezes. Uma ocorreu em 1994 e, a outra, em 2003, sendo
considerada a nona melhor atleta da história no esporte.
Ela também recebeu o prêmio de Atleta do Ano
por duas vezes, concedido pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Hoje, aposentada,
Maurren Maggi é comentarista profissional de atletismo na televisão.
LUISA DE BAPTISTA — TRIATHLON
Indicada
pela Comitê Olímpico do Brasil (COB) como a melhor atleta de Triathlon em 2019.
Aos 25 anos de idade, Luísa de Baptista é também a vencedora da categoria
Melhor Atleta do Ano por Modalidade, em Triathlon.
Luiza teve inúmeras participações em provas em diversos países, no
decorrer de 2019, e foi consagrada ao receber as medalhas de ouro nas provas
Mixed Team Relay e na categoria individual, além dos jogos Pan-Americanos, no
Peru. Luisa competiu também, ainda em 2019, na WC Cape Town, entre muitas
outras competições importantes em seu esporte, como os Jogos Mundiais Militares.
Hoje, aos 25 anos de idade, Luísa integra a Seleção Brasileira de
Triathlon, depois de muita dedicação e trabalho desenvolvido desde sua época no
SESI-SP. No momento, ela se prepara para competir nas Olimpíadas de Tóquio 2020.
BEATRIZ
FERREIRA — BOXE
Mais conhecida como Bia
Ferreira, a baiana que compete na categoria de até 60 quilos nasceu no meio do
boxe e aprendeu tudo o que sabe com seu pai, também pugilista. Sua experiência
é notável já que, aos 26 anos de idade, Bia conquistou 24 medalhas das últimas
25 competições que participou, dentre elas a medalha de ouro no Campeonato
Mundial.
Bia é uma das representantes
das mulheres no esporte atualmente, mas seu caminho foi trilhado com muita
dificuldade. Embora o boxe tenha sido considerado um esporte majoritariamente
masculino, por muitos anos, ela afirma que não sofreu preconceitos.
Seus resultados indicam que ela
é uma das maiores esperanças do Brasil nas
Olimpíadas de Tóquio 2020. Até o atual momento, ela
está na 10ª posição do ranking mundial, enquanto treina para disputar os
classificatórios para os jogos olímpicos (que foram prorrogados para Julho de
2021).
BRUNA TAKAHASHI — TÊNIS DE MESA
Pela
primeira vez na história do tênis de
mesa nacional feminino, o Brasil tem uma representante que se encontra entre as
top 50 do ranking mundial. Aos 19 anos de idade, Bruna Takahashi alcançou a 49ª
colocação, em 2019.
Além disso, na mesma temporada, Bruna foi finalista no Campeonato
Pan-Americano em Assunção e conquistou a medalha de bronze, nos Jogos
Pan-Americanos de Lima. Desta forma, garantiu a soma de 2.545 pontos, dos 5.430
que soma até o momento.
Bruna Yumi Takahashi começou desde muito cedo no clube japonês
ACREPA, localizado em São Bernardo do Campo, no bairro Paulicéia. Foi com a
ex-atleta olímpica Monica Doti, outra forte representante das mulheres no
esporte, que Bruna iniciou o seu treinamento, ainda no ACREPA. Um tempo depois
disso, em São Caetano do Sul (clube no qual atua até hoje), ela começou a se
dedicar a treinar mais vezes por semana.
Em 2016, Bruna representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Verão na competição por
equipes femininas do tênis de mesa. Foi a primeira atleta latino-americana a
vencer o desafio de cadetes, em 2015, em uma competição disputada no Egito e,
em 2015, na República Checa, Bruna também foi a primeira brasileira a ganhar um
circuito ITTF na Europa.
LUIZA FIORESE — VÔLEI SENTADO
Aos
15 anos de idade, Luiza Fiorese teve uma osteossarcoma no fêmur no esquerdo.
Por isso, precisou implantar uma endoprótese para substituir os ossos da perna.
Na época, a atleta que praticava handebol, precisou parar a sua carreira por
causa do tratamento médico.
Uma das jogadoras da Seleção Brasileira de vôlei sentado viu a
história de Luiza em um programa de televisão. Em 2018, e decidiu entrar em
contato com ela pelas redes sociais. Foi quando ela tomou a decisão de aceitar
o convite para conhecer a modalidade. Logo após ter passado por duas cirurgias,
em março daquele ano. Não demorou muito para que o técnico da Seleção Feminina
a chamasse para integrar a equipe. Hoje, Luiza tem grandes chances de ir para
jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
RAYSSA LEAL — SKATE
Foi em um vídeo que viralizou
na internet, em 2015, de Rayssa Leal fazendo um heelflip — manobra de skate —
aos 7 anos de idade e vestida de fada, que ela acabou ganhando visibilidade
mundial pela primeira vez.
Mas o fato é que Rayssa, agora
aos 12 anos, já é considerada como uma das melhores skatistas do mundo.
Superando nomes como Pâmela Rosa e Letícia Bufoni. Conhecida como a “Fadinha”
do skate, Rayssa Leal é uma dos principais nomes que ajuda a trazer
visibilidade para as mulheres no esporte atualmente. O conto de fadas se tornou
realidade e ela é uma das candidatas à medalha nas Olimpíadas de Tóquio 2020,
na modalidade de skate.
Fontes: https://mrvnoesporte.com.br/conheca-as-principais-mulheres-no-esporte-brasileiro/
https://sportbuzz.uol.com.br/noticias/outros-esportes/atletas-que-mudaram-historia-do-esporte-do-brasil.phtml